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23/06/2012

BEBIDA NA COPA


O acontecimento da Copa do Mundo de Futebol no Brasil vem gerando discussão não só no âmbito esportivo, mas no político, econômico e social. Inclusive, essa polêmica vem desde a candidatura brasileira para país sede da Copa e o mesmo acontece com as Olimpíadas. Os entusiastas enaltecem as benesses de sediar um evento mundial como a visibilidade nos noticiários internacionais, maior movimentação no comércio e rede hoteleira. Já os oposicionistas alegam a precária infraestrutura do país, os gastos bilionários em arenas esportivas.  O fato é que ao vencer a disputa, o governo brasileiro assumiu diversas responsabilidades junto aos organizadores e alguns detalhes começam a custar caro para o governo petista. A aprovação do projeto da Lei Geral da Copa seria uma vitória fácil para o governo, não fosse o detalhe do consumo de bebida alcoólica nos estádios durante os jogos da competição. Não seria tão difícil convencer a base aliada dos interesses na aprovação do projeto se não fosse um detalhe. O detalhe da crise institucional do governo Dilma. (Mais sobre a crise do governo, leia Se a casa não cair…) Detalhe, porque segundo o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, “as coisas estão numa dinâmica muito normal”. O que vem acalorando as discussões acerca da aprovação, ou não, do consumo de bebidas nos estádios não é a preocupação com a segurança, a legalidade da concessão em virtude do estatuto do torcedor, nem a forma de tratamento concedido aos turistas. O fator que esquentou o plenário é a “revolta” da base aliada, buscando assim, demonstrar sua força, seu poder. Afinal, são evidentes os benefícios da aprovação do consumo nos jogos da copa: maior faturamento, além do conforto e comodidade aos torcedores. A preocupação exagerada com a violência deve ser acalmada, visto que o perfil do público esperado na Copa do Mundo é diferente dos habituais frequentadores de estádios brasileiros. A crise continua até quando? Caso a presidenta Dilma Rousseff continue com a postura de treinadora turrona, a queda de braço entre o Executivo e Legislativo federal pode se estender até o fim do governo. Para que isso não aconteça, a comandante terá que apostar mais no jogo de cintura, ser mais habilidosa e destravar o meio campo congestionado pelo aglomero de partidos – como aconselhado na semana anterior. O que não pode é minimizar a celeuma como fez secretário-geral da presidência. Para isso,  Dilma já cogita trocar uma peça crucial em seu esquema tático. A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvati, pode perder o cargo e dar lugar a um nome mais próximo do PMDB e demais partidos da base aliada. O que favorece ao endurecimento de Dilma Rousseff é a crescente aprovação de seu governo junto à opinião pública. A população em geral vê como bom olhos a demissão imediata de ministros envolvidos em escândalos e associa a presidenta com o combate aos corruptos. O problema é que não sabemos até onde o Congresso está desmoralizado e como pode influenciar na aprovação de Dilma e quanto tempo esse processo de desgaste levaria. A verdade é que alguns líderes partidários já sentem falta do ex-presidente Lula.

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